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Bebedouro,13/07/2025

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    Festival de Cinema de Cuiabá propõe visão decolonial da Amazônia

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    Festival de Cinema de Cuiabá propõe visão decolonial da Amazônia


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    Com um festival para chamar de seu desde 1993, a capital mato-grossense terá nesta semana a 20ª edição do Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá (Cinemato), entre os dias 14 e 20 de julho. 

    Neste ano, o tema será Decolonizando a Amazônia ─ uma homenagem ao cineasta Silvino Santos, conhecido como o “cineasta da selva”, por sua contribuição pioneira ao registro audiovisual da Amazônia no século 20. Realizado por ele na década de 1920, o filme Amazonas, o maior rio do mundo vai abrir o festival.



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    Foram selecionados 21 filmes, seis longas e 15 curtas nacionais, para concorrer ao Troféu Coxiponé. A premiação foi inspirada na etnia bororo, que habitava as margens do Rio Coxipó e é símbolo da resistência cultural em Mato Grosso. Entre os critérios adotados pela curadoria do evento, estão diversidade estética e narrativa, protagonismo de grupos historicamente invisibilizados e conexões com o tema da Amazônia decolonial.

    Os longas da mostra competitiva são: 




    • Mawé, de Jimmy Christian (AM), ficção que narra o conflito de uma jovem indígena entre os rituais de sua aldeia e a vida urbana;

    • Pedra Vermelha, de Cassemiro Vitorino e Ilka Goldschmidt (SC), documentário que acompanha comunidades impactadas por megaprojetos no Sul do país;

    • Kopenawa: Sonhar a Terra-Floresta, de Marco Altberg e Tainá de Luccas (RJ), que mergulha no pensamento cosmológico yanomami;

    • O Silêncio das Ostras, de Marcos Pimentel (MG), um ensaio sensorial sobre luto e meio ambiente;

    • Concerto de Quintal, de Juraci Júnior (RO), que transforma a música em instrumento de resistência e pertencimento;

    • Serra das Almas, de Lírio Ferreira (PE), que revisita a poética sertaneja em uma obra  de ficção. 



    Para o diretor do Cinemato, Luis Borges, o recorte escolhido este ano é de extrema importância: “O tema deste ano, na verdade, não tem como propósito apenas cineastas ou filmes realizados na Amazônia. É trazer filmes que promovam uma desconstrução desse olhar eurocêntrico que a gente tem sobre o nosso país, sobre os sujeitos desse país”.



    Entre os mais de 60 filmes de 19 estados brasileiros que serão exibidos no festival, estão obras que dialogam com questões climáticas, como o mineiro O Silêncio das Ostras, sobre a ruptura da barragem em Brumadinho, em 2019. 



    Para Luis Borges, os festivais de cinema são as vitrines dos filmes que não ganham distribuição nos cinemas, e o Cinemato traz também a importância de capacitar profissionais para atuar na área de cinema em  Mato Grosso




    "Com as oficinas que eram realizadas no festival, começou a se preparar uma mão de obra para poder realizar os filmes, os novos projetos, os projetos contemporâneos que começaram a surgir estimulados a partir da realização do festival. Na época, o circuito de exibição de Cuiabá tinha apenas uma única sala de cinema.’’, ressalta Luis.




    Para o diretor, o Cinemato cumpre um papel importante como vitrine e tela para o cinema nacional, visto que, mesmo com a cota de tela e leis que foram criadas para proteção do setor, ainda não há fiscalização na região. Por meio do festival, o cinema brasileiro encontra seu público em Mato Grosso.



    Prêmio Dira Paes



    A cerimônia de encerramento, marcada para o dia 20 de julho, terá Dira Paes, que retorna ao festival onde recebeu seu primeiro prêmio de Melhor Atriz, em 1996, por Corisco & Dadá. A artista entregará pessoalmente o Prêmio Dira Paes, que homenageia mulheres com atuação de destaque no audiovisual e em causas socioambientais.



    “Para mim é uma honra fazer parte de um festival que eu vi nascer na sua primeira edição. É um festival que tem um DNA próprio, que se correlaciona com a sua região, com os seus conteúdos, as suas demandas, as suas reflexões, sobre a potência desse bioma onde ele acontece. Me sinto orgulhosa de entregar pessoalmente um prêmio como meu nome”.



    Estreante como diretora em Pasárgada, no ano passado, Dira Paes acredita que o cinema brasileiro vive um momento muito especial e um ano histórico, com o oscar de Melhor Filme Internacional para Ainda Estou Aqui.



    “Sinto que isso, sem dúvida nenhuma, nos aquece no mercado como um todo”, conta ela, que trabalhou a questão ambiental no longa sob sua direção e vê uma conexão entre os temas abordados pelo cinema brasileiro e mundial. “Hoje, a gente pensa em assuntos em comum, como a questão ambiental e climática e a questão da democracia como um todo”.



    Em cartaz como atriz em Manas, dirigido por Marianna Brennand, Dira Paes conta que é comovente ver um filme que se passa na Amazônia trazer um assunto universal, a exploração sexual e a violência de gênero



    “Todo mundo se sente tocado. É uma potência cinematográfica que vale a pena ser assistido”, diz. “Ainda está em cartaz em algumas cidades do Brasil e eu espero realmente que o Brasil inteiro possa assistir a esse filme, que tem, além desse vigor de talentos, uma equipe primorosa e um traço de direção único da Mariana Brennand. Acho importante levar o público para esse lugar em que você não fica passivo na cadeira do cinema.




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