Doenças crônicas agravam infecções respiratórias em idosos, diz estudo



Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a patologia é transmitida de maneira semelhante à gripe e covid-19, por meio de gotículas expelidas ao tossir ou espirrar, pelo contato próximo com alguém infectado ou com superfícies contaminadas.
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A amostra revelou ainda que, em comparação aos indivíduos sem comorbidades, os adultos com algum tipo de comorbidade apresentaram maiores taxas de admissão na UTI (34,8%)1, internações mais longas (13,2 dias) e maior índice de mortalidade (26,9%).
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Segundo as estimativas, são afetadas pelo Vírus Sincicial Respiratório 64 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. Devido a esse cenário, subnotificação em adultos mais velhos e das taxas baixas de vacinação contra o VSR, a SBI lançou a campanha “Protegido você vai longe - Depois dos 60 o risco de ter pneumonia por causa do VSR é maior".
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O objetivo é ampliar o conhecimento do público leigo sobre a relação entre o VSR e o aumento do risco de pneumonia.
“A iniciativa também pretende esclarecer e diferenciar a infecção pelo VSR na infância (bronquiolite) das suas implicações para a população idosa. A ideia da campanha é interligar a longevidade com a importância da vacinação e esclarecer que muitos dos sintomas podem não ser de gripe, mas sim do VSR, vírus que tem um grande potencial para provocar a pneumonia”, alerta a SBI.
O infectologista da SBI, Clovis Arns da Cunha, ressalta que outro ponto de atenção para o cenário atual é que a falta do teste do VSR no momento da internação no sistema público, principalmente dos pacientes com mais de 60 anos e com comorbidades, gera um subdiagnóstico e, em muitos casos, o indivíduo acaba sendo tratado como quadro de gripe ou pneumonia.
“E neste ano tivemos alta de internações em crianças com bronquiolite nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste do país, com aumento significativo também no Sul e Nordeste. Ou seja, se o VSR está circulando com tanta força nas crianças, certamente circula com a mesma intensidade nos avós, ou seja, as pessoas 60+”, disse.
VSR em 2025
Informações do Boletim InfoGripe da Fiocruz, em 2025, indicam que o VSR respondeu por 45% dos diagnósticos positivos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), totalizando 18.654 casos apenas no primeiro semestre, praticamente o dobro do percentual registrado no mesmo período por outros vírus como Rinovírus (22,8%) e Influenza A (22,7%)5.
“Enfrentamos, desde o começo do ano, uma tendência de aumento de casos de VSR que pode desencadear um quadro de pneumonia grave, especialmente quando pensamos numa população 60+, com maior probabilidade de ter uma doença crônica com mais de uma comorbidade associada. Por isso, assim como destacamos a importância da vacinação contra gripe para o público idoso e adulto, é fundamental que essa faixa etária também inclua no radar a imunização contra o VSR”, finalizou a consultora da SBI, Rosana Richtmann.